O que é mielite flácida aguda?
A mielite flácida aguda é doença rara que causa uma inflamação, que pode ser confundida com a poliomielite, síndrome de Guillian-Barré ou neurite traumática. Tudo porque que ela gera sintomas como dor nas costas, fraqueza muscular, havendo diminuição da sensibilidade e paralisia das pernas e/ou braços.
Características
Sua principal característica é a inflamação da coluna que deixa os músculos muito fracos e moles, provocando uma paralisia.
Geralmente, esta inflamação é causada por uma infecção, mas também pode acontecer devido a uma doença autoimune, que acaba atacando as células da medula espinhal.
Embora nem sempre seja possível curar completamente a mielite flácida aguda, é possível fazer o tratamento com remédios e fisioterapia para controlar os sintomas e recuperar a qualidade de vida.
Sintomas
Os primeiros sintomas de mielite flácida aguda são semelhantes à gripe, com espirros, tosse, mal-estar durante 3-7 dias, depois surgem:
- Dor na coluna, especialmente na parte de baixo das costas;
- Formigamento ou sensação de queimação no peito, abdômen, pernas ou braços;
Fraqueza nos braços ou pernas, com dificuldade de segurar objetos ou andar; - Inclinação da cabeça para frente, e dificuldade para engolir;
Dificuldade para segurar a urina ou fezes.
Uma vez que a mielite pode afetar a bainha de mielina das células nervosas, a transmissão de estímulos nervosos vai sendo mais prejudicada ao longo do tempo e, por isso, é comum que os sintomas vão piorando a cada dia, tornando-se mais intensos, podendo até surgir paralisia, que impede a pessoa de andar.
Quando a porção da coluna afeta é mais inferior, a criança pode ficar sem andar por toda vida, e quando a área afetada está próxima ao pescoço, a pessoa afetada pode perder os movimentos dos ombros e braços. Nos casos mais graves pode-se apresentar dificuldade para respirar e engolir, havendo necessidade de internamento hospitalar.
Assim, sempre que surjam sintomas que possam indicar algum problema na coluna é muito importante consultar um clínico geral, por exemplo, para identificar a causa e iniciar o tratamento, antes que surjam lesões difíceis de resolver. Nesta situação, após o diagnóstico é normal que a pessoa seja encaminhada para um neurologista.
Diagnóstico
Para fazer o diagnóstico da mielite flácida aguda deve-se consultar um clínico geral ou um neurologista, quando existe muitas suspeitas de um problema na coluna. O médico além de avaliar os sintomas e o histórico de doenças, geralmente também pede alguns exames de diagnóstico, como ressonância magnética, punção lombar e vários exames de sangue, que ajudam a despistar outras doenças.
Causa
Ainda não se sabe qual a causa exata da mielite flácida aguda, no entanto, existem algumas condições que parecem aumentar o risco de desenvolver esse problema, como:
- Infecções virais, especialmente no pulmão (Mycoplasma pneumoniae) ou no sistema digestivo;
- Enterovírus, como EV-A71 e EV-D68;
- Rinovírus;
- Infecções por parasitas, como toxoplasmose ou cistecircose;
- Esclerose múltipla;
- Neuromielite óptica;
- Doenças autoimunes, como lúpus ou síndrome de Sjogren.
Embora seja muito raro, também existem relatos de casos de mielite flácida aguda que surgiram após tomar uma vacina contra a hepatite B ou contra sarampo, caxumba e catapora.
Tratamento
O tratamento da mielite varia bastante de acordo com cada caso, mas normalmente é iniciado com o uso de remédios para tratar possíveis infecções, reduzir a inflamação da medula e aliviar os sintomas, melhorando a qualidade de vida. Alguns dos medicamentos mais usados incluem:
- Corticoides injetáveis, como Metilprednisolona ou Dexametasona: reduzem rapidamente a inflamação da medula espinhal e diminuem a resposta do sistema imune, aliviando os sintomas;
- Terapia de troca de plasma: é usado em pessoas que não apresentaram melhora com a injeção de corticoides e funciona por retirar o excesso de anticorpos que podem estar causando a inflamação da medula;
- Remédios antivirais: para tratar qualquer possível infecção viral que esteja ativa e prejudicando a medula;
- Analgésicos, como Acetominofeno ou Naproxeno: para aliviar a dor muscular e qualquer outro tipo de dor que possa surgir.
Após esta terapia inicial, e quando os sintomas estão mais controlados, o médico pode aconselhar sessões de fisioterapia para ajudar a fortalecer os músculos e treinar a coordenação, que pode estar afetada pela doença. Embora a fisioterapia não possa curar a doença, pode melhorar muito a força muscular, coordenação dos movimentos, facilitando a própria higiene e outras tarefas do dia-a-dia.
Em alguns casos, pode ainda ser necessário fazer sessões de terapia ocupacional, para que a pessoa aprenda a fazer as atividades diárias com as novas limitações que podem surgir com a doença. Mas em muitos casos há uma recuperação total em algumas semanas ou meses.
Estatísticas
No Brasil, não foram encontradas estatísticas sobre o assunto, mas de acordo do o CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças, nos Estados Unidos, estima-se que a doença atinja 1 a cada 1 milhão de pessoas. E normalmente ela aparece no final do verão e início do outono.
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Fonte: www.tuasaude.com.br
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Menina é diagnosticada com doença rara que tem com sintomas parecidos com os da poliomielite
Olá,
Meu filho teve Mielite Flacida Aguda em 2018 e perdeu os movimentos do braço esquerdo, mas com ajuda de fisioterapia tem melhorado muito.
O que me preocupa, é que a prefeitura contabilizou isso como POLIOmelite, e não foi.
Ele esteve internado no Eistein.
Olá Ana Paula, tudo bem? É incrível, que a falta de informação, inclusive de órgãos públicos, faça uma classificação equivocada. Inclusive a Pólio está erradicada do Brasil desde 1994.