Motorista de Uber lamenta ter deixado família de criança autista no meio da rodovia
No último final de semana, um caso chamou a atenção de muitos pais e familiares em nossa página. O caso do motorista de UBER que abandonou uma família na rodovia 101, em Paulista – PE, após a criança dessa família, que é autista, ter uma crise.
Para quem não sabe, a mãe do menino Elaine Carolina relatou em seu facebook que foi expulsa de um Uber com sua a família, no meio da Rodovia, quando eles estavam voltando de uma festa. O post de Elaine viralizou e teve mais de 3.000 compartilhamentos.
“Meu pai foi na frente e o meu esposo e eu ficamos atrás, Luigi no meio. Colocamos a cadeirinha, mas ele estava muito agitado, chorando e esperneando. Assim que colocamos, ele começou a gritar muito e ficar desesperado” relata.
“Estávamos já no caminho quando o motorista avisou que se ele continuasse daquele jeito iria encerrar a corrida. Meu esposo avisou que iríamos tentar acalmar ele. 30 segundos depois (claro que não iriamos acalmá-lo nesse tempo), o motorista parou e imediatamente pediu que saíssemos do carro dele. Eu falei que o meu filho tinha autismo e que a crise se deu pela condição dele. Ele disse que não se importava”, conta.
Depois do relato viralizar, ela fez outro post no qual explica que a família conseguiu voltar para casa com outro Uber, solicitado momentos depois.
A repercussão foi tão grande que o motorista de Uber comentou sobre o assunto em suas redes sociais. “Não posso mudar os fatos, apenas lamentar profundamente”, escreveu Luiz Torres.
Em seu post, Torres explica que a criança estava chutando o banco do motorista com força, o que poderia causar um acidente.
“Logo no início da corri pedi para que eles atentassem que a criança estava batendo com os pés no banco do motorista e isso poderia causar um acidente. Não houve nenhum tipo de atitude, em tempo, saliento que em momento algum me foi informado da condição especial e diferenciada da criança, e isso faria diferença? Lógico que sim! Sou pai e, acima de tudo, ser humano”, relata.
O Portal Singularidades entrevistou o motorista que relatou que disse aos pais da criança sobre a impossibilidade de continuar a corrida e disse que a decisão de saírem do veículo foi deles.
“Foi dito a eles que do jeito que estava não poderia continuar a corrida, e que deveriam acalmar a criança. Porém, nada foi dito ou feito. Mesmo assim continuei a corrida e após uns 400 metros (há 29 ou 30 metros de uma parada de ônibus) eu, de forma incisiva, disse que não daria para continuar a corrida daquele jeito. Foi quando o pai da criança já abriu a porta do carro para descer”, afirma.
O motorista relatou que recebeu muitas críticas e ameaças, tanto nas redes sociais quanto fora delas. Que passou no médico e foi diagnosticado com princípio de depressão e ansiedade.
Após o incidente o motorista foi excluído da plataforma, ele trabalhava no UBER havia três meses.
Segundo o Uber, eles lamentam o ocorrido. A empresa ainda afirmou estar com contato com a família para solucionar a situação.
Confira a nota na íntegra:
“A Uber leva esse tipo denúncia muito a sério e lamentamos que essa situação tenha ocorrido dentro da nossa plataforma. A empresa tem uma política de tolerância zero a qualquer forma de discriminação em viagens pelo aplicativo e se orgulha em oferecer opções de mobilidade eficientes e acessíveis para todos. Assim que soubemos do incidente, entramos em contato com a família da criança para oferecer apoio e tomar as medidas necessárias. A Uber defende o respeito à diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o nosso app”.
Fonte: Portal Singularidades / Imagem: Arquivo pessoal da família