“Ele chegou a arrancar o portão porque queria sair”, diz mãe de autista sobre quarentena

Meses atrás contamos a história de Suellen Budenetz, 29, de Garuva, no estado de Santa Catarina.

Suellen é mãe de Adrian Gabriel, 10, que é autista.

Há pelo menos quatro anos, ela pedalava mais de 5 horas por dia para acalmar o menino, que também tem microcefalia e síndrome de Dubowitz uma condição rara que causa, principalmente, atraso mental e de crescimento

Os passeios de bicicleta fazem parte da rotina do menino, o faz manter-se calmo.

No entanto, com a determinação da quarentena, ficar em casa dia após dia não é fácil, ainda mais para quem costumava andar de bicicleta diariamente. Sair da rotina para as pessoas com autismo é algo muito complicado.

Não podendo sair de casa, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, Suellen, conta que tem se desdobrado para distrair o filho,  “A rotina mudou totalmente. Estamos isolados também e, desde então, ele está agitado. Está muito complicado. Ontem, ele conseguiu arrancar o portão. Foi difícil. Ele tava sacudindo porque queria sair e o encaixe não aguentou. Sorte que o meu marido trabalha na metalúrgica e vai arrumar. Toda hora ele queria ir pra rua, nem se alimentou direito“, desabafa.

Suellen conta que tem feito outras atividades para distrair o filho, como idas breves ao  mercado ou farmácia. Eles também jogam bolas, assistem vídeos no celular, e ela dá banhos nele para acalmá-lo.

Segundo a mãe ele toma dois medicamentos. Agora, o neurologista aumentou a dosagem de um dos remédios e até que ele está mais calmo, mas a questão de mudança de rotina é complicada.

Segundo a mãe, a cidade em que vivem não tem casos confirmados da doença, no entanto, os números de infectados estão aumentando nas cidades vizinhas. “Estou bem apavorada. Até crise de ansiedade me deu. Eu não suporto ver ele agitado, machucando-se, estou fazendo o máximo para que ele não se machuque“, finalizou.