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Luana Rolin toma posse como a primeira vereadora com síndrome de Down no Brasil

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De acordo com a LBI – Lei Brasileira de Inclusão, TODAS,  as pessoas com deficiência tem o direito de votar e ser votada. Não importando qual o tipo de deficiência.

Com esse direito garantido a fisioterapeuta Luana Rolim de Moura (PP), de 26 anos, de Santo Ângelo-RS  foi atrás de sua eleição como vereadora de sua cidade.

Além dela outros dois jovens com síndrome de Down se candidataram a vereador.

Com o apoio dos pais Luana sempre foi atrás dos seus sonhos formou-se em Fisioterapia e seguiu para seu outro sonho ser vereadora.

Foi a primeira vez na história do Brasil que pessoas com síndrome de Down se candidatam a um cargo eletivo. No mundo, há outros casos registrados, como o da espanhola de Valladolid Ángela Covadonga Bachiller, eleita em 2013 para o Conselho da Cidade (equivalente a nossas câmaras municipais), e o do britânico Stephen Green, eleito para o Conselho de Nuthall, em Nottinghamshire, Reino Unido.

São casos que demonstram que a sociedade está evoluindo, abandonando aos poucos preconceitos enraizados e acolhendo as diferenças. Mais uma demonstração de que a inclusão não apenas é possível como, também, desejável.

A posse

Com os votos obtidos na eleição, Luana não se elegeu no primeiro momento, mas foi  suplente. Ela  tomou posse  tomou em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul no dia 15 de março. Porque um dos vereadores titulares está doente.  De acordo com a União dos Vereadores do Brasil, ela foi a primeira pessoa com síndrome de Down a ocupar o cargo no país.

A jovem assumiu no lugar do vereador Nivaldo Langer de Moura, titular da bancada do Progressistas que está afastado no dia por motivo de saúde. Por meio da  rede social, o vereador afirmou que “por conta de um cálculo renal não pode participar da atividade de vereança, e então a Luana tomou posse”.

Durante sua primeira sessão, Luana foi participativa. Ela falou  sobre o Dia Internacional da síndrome de Down que foi comemorado, no último dia 21 e se manifestou sobre os temas apresentados. “Pretendo lutar pela inclusão, pela acessibilidade para todos. Eu quero ser uma representante de todos os jovens com síndrome de Down, entre outras deficiências”, disse Luana.
Reprodução
Com a eleição de Luana é muito positivo ver a premissa de “Nada sobre nós, sem nós” na prática.

“Nada sobre nós, sem nós”.

Segundo Romeu Kazumi Sassaki, um dos maiores especialistas sobre inclusão no país, escritor de várias obras sobre o tema. NADA SOBRE NÓS SEM NÓS SIGNIFICA:

NADA significa “Nenhum resultado”: lei, política pública, programa, serviço, projeto, campanha, financiamento, edificação, aparelho, equipamento, utensílio, sistema, estratégia, benefício etc. Cada um destes resultados se localiza em um dos (ou mais de um dos ou todos os) campos de atividade como, por exemplo, educação, trabalho, saúde, reabilitação, transporte, lazer, recreação, esportes, turismo, cultura, artes, religião.

SOBRE NÓS, ou seja, “a respeito das pessoas com deficiência”. Estas pessoas são de qualquer etnia, raça, gênero, idade, nacionalidade, naturalidade etc., e a deficiência pode ser física, intelectual, visual, auditiva, psicossocial ou múltipla. Segue-se uma vírgula (com função de elipse, uma figura de linguagem que substitui uma locução verbal) que, neste caso, substitui a expressão “haverá de ser gerado”.

SEM NÓS, ou seja, “sem a plena participação das próprias pessoas com deficiência”. Esta participação, individual ou coletiva, mediante qualquer meio de comunicação, deverá ocorrer em todas as etapas do processo de geração dos resultados acima referidos. As principais etapas são: a elaboração, o refinamento, o acabamento, a implementação, o monitoramento, a avaliação e o contínuo aperfeiçoamento.

Juntando as palavras grifadas, temos: “Nenhum resultado a respeito das pessoas com deficiência haverá de ser gerado sem a plena participação das próprias pessoas com deficiência”.

Em outras palavras, as pessoas com deficiência estão dizendo: “Exigimos que tudo que se refira a nós seja produzido com a nossa participação. Por melhores que sejam as intenções das pessoas sem deficiência, dos órgãos públicos, das empresas, das instituições sociais ou da sociedade em geral, não mais aceitamos receber resultados forjados à nossa revelia, mesmo que em nosso benefício.”

O lema comunica a ideia de que nenhuma política deveria ser decidida por nenhum representante sem a plena e direta participação dos membros do grupo atingido por essa política. Assim, na essência do lema NADA SOBRE NÓS, SEM NÓS está presente o conceito de PARTICIPAÇÃO PLENA das pessoas com deficiência.

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