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Psicóloga afirma que as escolhas não estão preparadas para receber crianças com autismo

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Vamos falar sobre crianças com autismo? Hoje em dia, o Brasil não conta com um levantamento de quantas crianças recebem o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Existe uma medida, mas possível de ser realizada: o número de 500 mil pais que são inscritos no canal da psicóloga Mayra Gaiato, especialista no assunto, na plataforma do YouTube.

Por lá, esses “inscritos” — como são chamados as pessoas no YouTube — procuram por informações sobre os aspectos gerais do TEA e também dicas que possam ajudar a estimular os meninos e meninas a fazerem atividades do dia a dia. Se trata de um tipo de conteúdo que tem despertado cada vez mais pessoas interessadas no assunto — no último ano a página da especialista cresceu cerca de 53%.

Ao GLOBO, Gaiato relatou sobre a dificuldade dos familiares em achar uma instituição de ensino para crianças com o TEA. Na nova abordagem que é defendida pela especialista, a ideia é deixar que as crianças lidem com as atividades através de brincadeiras e com adultos participando de uma forma menos rígida do que o normal, que pode acabar sendo traumática.

Ela foi questionada se há em curso uma revolução no tratamento do autismo?

As pessoas, pelo menos aqui no Brasil, estão se capacitando. Existe uma busca pelo conhecimento e é isso que vai tirando a ignorância das pessoas sobre o TEA, ampliando suas visões. Daqui a uma década ls pais estão muito especialistas, talvez até mais que os terapeutas pois elas são as pessoas que mais se interessam pelo assunto. Os familiares leem livros, assistem cursos, assistem vídeos no YouTube. Irá haver uma revolução e ela irá acontecer pela mão dos pais.

A pior coisa é não ter conhecimento do que a criança tem. Essa é a pior angústia, pois não se sabe o que deve fazer. É difícil ter que lidar com a notícia, é uma barra, mas existe um caminho, as terapias naturalistas.

Está sendo patenteada uma nova abordagem que é chamada de terapia comportamental naturalista, esse é um caminho par a revolução. Esse desenvolvimento tem base em adultos que foram tratados fora do país com ABA.

Terapia naturalista e crianças com autismo

No ABA tradicional, por exemplo, é ensinado para uma criança a procurar o sapato. Para isso, o adulto auxilia com força física a criança a calçar o sapato. Na terapia naturalista, é feito brincadeiras com o próprio material, sons engraçados, narração do que a criança está fazendo.

A ideia é que seja seguido uma liderança da criança. É muito mais trabalhoso, porém as crianças dão motivação. Ganha-se tempo pois a criança irá fugir menos e ter menos comportamento disruptivo. Dessa maneira, você consegue engajar a criança e faz ela observar as variações daquele objeto. Muitas famílias relatam sobre a dificuldade de encontrar escolas adequadas para as crianças diagnosticadas com autismo.

Ainda existem diversos relatos de mães que não tem os filhos aceitos de maneira direta e indireta. Existem escolas que relatam quer vagas abertas até o momento em que aparece uma criança com autismo, aí já não tem mais vaga. Ou seja, essas escolas enfraquecem demais a segurança dos pais dizendo que a instituição não é boa o suficiente para os filhos. O ideal seria que todas as escolas tivessem diversidade, neurodiversidades, que atendessem as crianças com habilidades diferentes. Isso não só como o TEA, mas também com o TDAH, dislexia entre muitos outros.

Fonte: O Globo

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