Jovem com síndrome rara que a impede de sorrir assina contrato de modelo e se torna inspiração
Tayla Clement, de 24 anos é uma neozelandesa, que ao longo de sua vida se tornou conhecida como “a garota que não pode sorrir”. Isso se deve ao fato de uma condição congênita rara. Essa condição afete diretamente os seus nervos faciais. Nesse sentido, ela não é capaz de mover o lábio superior, e por isso é incapaz de esboçar um sorriso.
Apesar desse fato, Tayla conseguiu compreender que mesmo sem conseguir esboçar felicidade, ela pode ser plenamente feliz. Agora ela é a mais nova contratada de uma agência internacional de modelo.
Durante a sua adolescência ela nunca teve representatividade. Passou por um período delicado marcado pelo bullying que sofria na escola. Mas, agora tudo mudou, Tayla agora tem a expectativa de poder inspirar muitas outras pessoas que viveram e vivem situações semelhantes pela qual ela passou.
“Eu não tinha ninguém (como eu) para ver nos filmes, na mídia ou na capa das revistas, então me senti realmente inútil e não aceita porque não me via em lugar nenhum”, disse Tayla.
Agora, oficialmente, Tayla faz parte da agência Zebedee Talent, responsável por promover diversos trabalhos para pessoas com deficiência. Ela ainda afirmou que “ser tão abertamente aceita e querida foi muito incrível”.
“Isso me deixa meio emocionada, mas estou tão feliz que fui eu que passei por tudo, porque posso inspirar e ajudar as pessoas”.
Segundo informações publicadas pela revista “People”, a modelo foi diagnosticada com síndrome de moebius. De acordo com os dados atuais, uma em cada cinquenta mil pessoas são atingidas por esse distúrbio. Ela também não é capaz de mover as sobrancelhas, e apenas um pouco dos olhos, devido aos nervos faciais subdesenvolvidos.
“As pessoas traziam sacolas plásticas para a escola e me diziam para colocá-las na cabeça porque eu era tão feia que não queriam me ver e eu não merecia ser vista”, lembrou a jovem. “Eu acho que quando você cresce ouvindo que você é feia e inútil, você acredita porque não está ciente de mais nada”.
Informações publicadas pelo portal australiano “7 News”, afirmam que aos 12 anos, Tayla foi submetida a um procedimento cirúrgico que tinha o objetivo de retirar um tecido da coxa para colocar nos cantos da boca. A ideia era que o procedimento fosse capaz de estimular os nervos faciais dela. Entretanto, não funcionou e isso causou muita frustração em Tayla.
Ela acreditou que o procedimento seria um sucesso, e que dessa forma deixaria de ser vítima de bullying na escola. Em um único dia ela chegou a ter 10 convulsões.
“Tive uma depressão tão grave que os médicos me disseram que minha saúde mental era tão ruim quanto um soldado sofrendo de TSPT (transtorno de estresse pós-traumático)”, desabafou Tayla.
Tayla finalmente concluiu o segundo grau e reuniu forças para reafirmar sua autoconfiança. Inclusive passou a fazer atividades como meditação e academia. Nos dias atuais o desejo dela é seguir a diante com sua nova carreira como modelo.
Fonte: O Globo