Cacai Bauer, influenciadora digital com síndrome de Down: “Só quero que me respeitem e me valorizem”
Cacai Bauer, influenciadora digital com síndrome de Down: "Só quero que me respeitem e me valorizem"
Se você nos acompanha deve saber quem é Cailana Eduarda Bauer Lemos (conhecida como Cacai Bauer). A jovem de 25 anos, que vive em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, na Bahia é a primeira digital influencer (influenciadora digital) com síndrome de Down no País.
Cacai compartilha diariamente sua rotina nas redes sociais, onde quem a segue sabe do seu amor pela dança e pelo Carnaval.
https://www.instagram.com/p/B8ynfdnnXvJ/?utm_source=ig_web_copy_link
Capacitismo
O perfil de Cacai no Instagram é administrado por ela mesma, mas com a supervisão de sua mãe Jana Bauer. Ela é responsável em filtrar as mensagens que são enviadas a jovem.
Há poucos dias, Jana veio ao stories do Instagram falar de como as pessoas estavam se comportando nas redes sociais em relação aos vídeos de dança e fotos de biquíni e lingerie postados por Cacai. A falta de respeito e o capacitismo (Capacitismo é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência) são absurdos.
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Jana nos enviou alguns prints de algumas mensagens:
Cacai tem síndrome de Down, sim. E isso não a impede de fazer o que gosta. Ela é uma mulher empoderada de 25 anos que decide sobre a vida dela. O que gosta de fazer, quem beijar, como dançar e ainda escolhe os trabalhos que vai fazer.
https://www.instagram.com/p/B8mhLNFnOg-/?utm_source=ig_web_copy_link
Autonomia e poder de decisão
Todavia, muitas pessoas ainda acham que pessoas com síndrome de Down não decidem sobre sua própria vida, mas isso não é verdade.
Jovens com síndrome de Down estão a cada dia mais ocupando espaço na sociedade. Eles estão no mercado de trabalho, estão nas universidades, nos palcos, na mídia, em todos os lugares. Eles estão onde querem estar, com autonomia e independência.
Uma das barreiras que impedem a pessoa com deficiência intelectual de participar ativamente da sociedade está ligada à dificuldade de construir uma identidade própria conhecendo seu corpo, suas origens, seus desejos e participando ativamente da construção de sua vida.
Cacai já quebrou essa barreira e já sabe quem é. Sua condição não mais determina seu destino.
O fato dela ser articulada, de dançar do jeito que gosta, ir aos lugares preferidos não dá o direito a ninguém julgá-la ou desrespeitá-la.
Todas as suas decisões são acompanhadas e apoiadas pela família, com sua participação ativa.
“Cacai decide sobre todos os trabalho que quer fazer, as decisões são tomadas em família, somos em 5. Mas se Cacai não quiser, a última palavra será sempre dela, respeitando sua vontade“. contou Jana.
Sem noção
No entanto, outro absurdo que aconteceu com ela foi no último Carnaval. Ela ela participava de um bloco onde um grupo de adolescentes homens estavam disputando quem beijava mais mulheres. Naquele dia, um deles abriu a mão da vitória se um dos seus adversários beijasse a “downzinha”.
Cacai, compartilhou essa experiência no Instagram Coletivo quem são elas.
https://www.instagram.com/p/B8w42FDHL27/?utm_source=ig_web_copy_link
Contudo, é tão triste ainda vermos que algumas pessoas não entendem nada sobre a inclusão, sobre o respeito às diferenças.
Você já parou para pensar que todos nós somos diferentes? Eu não sou igual a você, ninguém é igual a ninguém. E como podemos viver em sociedade? Nos respeitando.
E é isso que Cacai, e todas as pessoas com deficiência querem e merecem: respeito.
Deixe-nos saber o que achou, porque sua opinião é muito importante para nós.