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Caso raro: história das gêmeas que nasceram com Down

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Aos seis meses, as pequenas Alice e Clara já mostraram para o mundo que vieram para vencer. As gêmeas idênticas vieram ao mundo em julho com Síndrome de Down — uma combinação rara, que ocorreu uma vez a cada dois milhões de partos — a mesma cardiopatia. Elas passaram 78 dias internadas da Unidade de Terapia Intensiva com dificuldades para alimentar-se. Porém as pequenas recuperam-se e, na semana passada passaram por outro desafio: dois procedimentos cirúrgicos delicados para reconstruir as cavidades do coração. Ambas receberam alta do Centro Pediátrico da Lagoa na última terça-feira.

A mãe da gêmeas, a médica Vanesa de Paiva Viera, de 42 anos de idade conta que houve diversas superações e sofrimentos. Ficaram em casa por quase 3 meses, antes dos procedimentos cirúrgicos esperados. Foram dias muito tensos, um misto de sentimentos. Mãe é mãe, sempre sofrem do começo até o final. Aflição, medo e a fé passaram pelo coração desta mãe. Agora que irão receber alta, ela sente tanta felicidade que não cabe em seu peito, é um novo ciclo, um sentimento de gratidão.

A Síndrome de Down, ou trissomia 21 (T21), foi descoberta quando Vanessa estava com 20 semanas de gravidez. Para os familiares, que residem em Valença, município no Sul Fluminense, o diagnóstico foi um grande susto. Ela e o sei companheiro, que também é médico, Felipe Le Draper Viera, de 43 anos de, também são pais dos adolescentes Davi, de 11 e de Arthur de 13 anos de idade.

Foi uma notícia que impactou bastante o casal, eles foram sinceros. A obstetra ligou, perguntando onde se encontrava e disse que precisava conversar com ele. Naquele momento, já se sentiu em choque. Pessoalmente, ela deu a notícia. Ali mesmo ele desabou. Por ser médico, ele tem conhecimento das dificuldades e comorbidades que podem estar associadas a essa alteração genética.

As meninas vieram ao mundo no dia 21 de junho de 2021 com 47 centímetros e cerca de 2,5 kg, cada uma. Felipe fala sobre o quão raro é o caso.

Ele conta que elas são gêmeas idênticas, desenvolveram-se em uma única placenta, ou seja, com o mesmo material genético, e às duas tem a trissomia 21. A singularidade aumenta pois ambas vieram ao mundo com a mesma cardiopatia, chamada defeito do septo atrioventricular, uma má formação congênita das cavidades dos corações.

Coube a Vanessa, de licença-maternidade, a missão de acompanhar as meninas durante a espera de quase 80 dias de internação, já que foi preciso que seu companheiro retornasse a Valença por conta do trabalho.

Fonte: Globo

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