Inclusão SocialTranstorno do Espectro Autista (TEA)

Conheça Guzi, jovem autista que faz da arte seu ofício

Conheça Guzi, jovem autista que faz da arte seu ofício

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Guzi é como Gustavo Flesch é conhecido. O jovem é um artista plástico carioca, que vem se destacando pelos seus lindos desenhos feitos a mão livre.

Guzi, tem 30 anos, e desde bem pequenininho, sua mãe percebeu que havia algo diferente. Quando bebês reagem a determinados reflexos, como acompanhar um movimento com os olhos, o Guzi já não reagia. Ficava bastante irritado com barulhos. Tinha comportamentos normais, mas outros bem atípicos para um bebê.

Surpresa

Uma das primeiras surpresas que a família teve foi próximo dele completar 2 anos. Ao ver a letra X, no alto de um prédio, numa propaganda da Lubrax, ele disse “xuxa”. Achamos aquilo surpreendente.Mas ele nunca interagiu normalmente, estabelecendo um diálogo com respostas simples a perguntas como: “Quem”, “Quando”, “por que”?.

Mas a surpresa maior veio quando ele LEU uma manchete de jornal sozinho, com 2 anos. Isso tudo era muito impressionante, já que o Guzi não falava as coisas comuns de um bebê , somente os chamados jargões — mas SABIA LER!

Foi quando sua mãe , Vera Flesch, decidiu investigar o que poderia estar acontecendo com seu filho. Ela buscou a ajuda de fonoaudiólogos, neurologistas, psicólogos até perceber pistas de que o Gustavo poderia ser autista.

Em 1994/1995, mesmo no início da internet, Vera começou suas buscas..Ao fuçar em artigos em inglês Vera começou a ter ainda mais certeza do diagnóstico. No mesmo momento, em que se recusava a dar remédios os para “concentração” e “calma”. Ela jogava todos pelo ralo.

O diagnóstico

O diagnóstico de Guzi veio aos  6 anos, pela Clevand Clinic, nos Estados Unidos. Ele foi diagnosticado com  hiperlexia, um dos transtornos do espectro autista. Uma condição sem cura, sem causa determinada, mas com possibilidade de desenvolvimento.

Por quê Estados Unidos? Por quê até aquele momento Vera não conseguia sentir-se segura até mesmo com os grandes especialista do Brasil.

Só depois do diagnóstico ela encontrou duas grandes profissionais que fizeram a diferença na vida de Gustavo: a fonoaudióloga Renata Mousinho. E a neurologista Carla Gikovate.

Enquanto tentava desenvolver de todas as formas o Gustavo, em escolas com pensamento inclusivo ou Montessoriana, Vera buscava meios oficiais, na imprensa, e tudo o mais que podia para falar sobre autismo.

Não foi simples. Foram anos, anos e mais anos. Mas foram muitos contatos, cartas, buscas, pedidos, tentativas, iniciativas. MUITOS. E…. nada mudou.

A família toda mergulhou no mundo azul do autismo, sem nunca deixá-lo de fora de nada. Brincava com todos: primos, tios, amigos… Nunca foi excluído, apesar da enorme dificuldade de inseri-lo na sociedade.

A escola

Ele frequentou escolas regulares até os 13 anos. Quando acabou o período da escola, Guzi não tinha mais pra onde ir. E Vera entendeu que a academia de ginástica seria um ambiente “normal” e diário para o Guzi frequentar, que faria bem a ele e a ela – sua sombra.

Todavia, Guzi precisa de convivência com pessoas que não tenham comportamentos repetitivos, porque ele repete esses comportamentos. Faz parte da hiperlexia. Hiper é “super”, lexia é “leitura”.

Guzi é um SUPER na LEITURA. É um “aprendiz visual”. Tudo o que ele vê e ouve, ele apreende e reproduz com muita facilidade. Com 5, 6 anos o Guzi “falava” diversas línguas, até russo e chinês. Por falar, entendam: ele reconhecia e sabia palavras básicas de varias línguas ,sempre com a pronúncia perfeita. Mas só as falava, e principalmente escrevia, quando a gente ditava ou quando ele desenhava. O inglês dele, por exemplo, era perfeito melhor que português. Tudo aprendido sozinho. Ele sabia qualquer bandeira do mundo de cor.

Os desenhos

Contudo, o desenho sempre fez parte de sua vida, segundo Vera, ele sempre desenhou muito bem, de forma impecável. Seus desenhos, era sua forma de se expressar. Com o passar do tempo Vera começou a se dar conta da riqueza que eram os desenhos de Guzi. Com isso, pôde enxergar neles uma profissão e uma fonte de renda para o rapaz.

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Resultado: 29 anos depois de muita luta, busca, dificuldades, hoje o Guzi é capaz de se sentir realizado e completo. E nós plenamente realizados em ver que ele tem um belo futuro. Não temos dúvida“, conta Vera.

Guzi é mais que um autista, é um artista“, finaliza Vera

Fonte de renda

Hoje, Guzi, vende seus desenhos por meio da internet. Os desenhos vendidos são prontos ou por encomenda. E ele os envia para todo o mundo. Os seus dados de contato estão disponíveis em seu Instagram @guziarte.

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Por fim, vale a pena conferir o talento desse artista.

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