Desafios, a descoberta, a luta pela visibilidade da SUPERDOTAÇÃO e a Educação Brasileira.
Por Ana Claudia, mãe de Gabriel Fujikava (@gabriel_fujikava), João Vitor e Rafael, um relato de superação.
Gabriel sempre foi uma criança precoce. Antes mesmo de completar 3 anos, já decorava textos para testes comerciais. Era um menino falante, com um vocabulário muito acima da sua idade. No entanto, devido à presença de irmãos mais velhos, sempre diziam que ele apenas copiava e imitava os irmãos.
Quando entrou na escola, no seu primeiro ano, começou a questionar por que tinha que repetir tantas vezes o que já sabia. Com o passar dos meses, começou a reclamar de dores de cabeça, dores na nuca e desmaios. Várias vezes fomos chamados para buscá-lo na escola, levamos ao médico, mas nenhum problema foi encontrado. Em um episódio mais grave, foi necessário chamar a ambulância, e ele foi internado no hospital por sete dias para investigação. Realizaram exames cardiológicos, neurológicos e outros, até que foi encaminhado para um neurologista e começou a tomar medicação, que continuou até a pandemia.
Durante os dois anos de pandemia, quando as crianças não frequentavam a escola, Gabriel ficou bem, sem nenhum episódio de desmaio. Notamos que ele aprendia rapidamente e realizava várias atividades simultaneamente. Ao retornar à escola, começou a apresentar crises de ansiedade. Foi aí que decidimos procurar alternativas, e ele passou por uma avaliação com uma psicopedagoga. Ela o considerou uma criança mais adiantada para a idade e sugeriu uma avaliação neuropsicológica. Descobrimos que seu QI é de 146, com percentil 99,9.
Buscamos especialistas em superdotação e conseguimos acelerar dois anos na escola. Atualmente, aos 12 anos, cursa o 9º ano. Gabriel é ativo e tem grande vontade de aprender, participa de atividades como: inglês, parkour, xadrez, violino e programação. Além disso, ele se envolve em compartilhar as dificuldades das crianças superdotadas com universidades, visando uma maior compreensão sobre o tema, para ajudar na formação de especialistas neste tema.
Ele tem dois irmãos, sendo que João Vitor é identificado com 2E (tea/ahsd) e Rafael ainda não foi avaliado.
Gabriel faz parte de sociedades de alto QI, como Mensa, Intertel e Infinity Society.
Para dar conta de suas necessidades específicas, seus projetos e sonhos ele conta com o apoio da família pela visibilidade da superdotação na educação brasileira. Que no momento está invisibilizada.