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Filho autista é discriminado e recusado em escola; diz família

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Karla Bronzato, de 28 anos, chorou de emoção quando viu seu filho Murilo de 3 anos, mandando beijo e dando tchau. A mãe e seu marido Eriele Fernandes Coelho moram em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e lutam pelo direito à educação do filho. Os dois chamaram a polícia e denunciaram o Colégio Stella Matutina que recusou a matrícula de Murilo devido sua condição.

Todos os vereadores da Câmara Municipal assinaram o documento. A mãe também falou que vai entrar com uma ação judicial contra a escola. A reportagem conversou com a promotora Samyra Ribeiro Namen, que disse que estão apurando o caso agora e falou da obrigatoriedade das escolas de aceitar alunos com condições especiais.

O vereador Antônio Aguiar também falou com a reportagem. Ele atua como pediatra dos ambulatórios de autismo e síndrome de Down no SUS, ele foi o médico que levou esse caso para a câmara. A mãe do garotinho contou que ela e o esposo foram até a escola e foram bem atendidos. A coordenadora disse que era só fazer a inscrição pela internet e depois juntar os documentos pedidos.

Karla e o marido fizeram o que foi pedido. A mãe da criança estava acompanhando a inscrição e recebeu uma mensagem da coordenação querendo falar com ela. O pai de Murilo contou que ele e Karla foram ao colégio e foram avisados que toda a coordenação tinha saído de férias.

Karla falou que quando foram ao colégio uma funcionária disse que não podia atendê-los e novamente disseram que a coordenadora não estava e pediu que voltassem depois.

Quando foram lá, a coordenadora fisse quem não poderia fazer a matrícula de Murilo pois ele era autista, que na escola já tinha duas crianças nessas condições e não dava para aceitar mais uma. A mãe respondeu que o filho era uma benção e que a escola estava perdendo.

Karla contou que estava muito abalada com a situação e então chamou a polícia, que chegou no local e a coordenadora confirmou o que tinha dito para a moça.

Por meio de sua assessoria, o colégio disse que respeitava totalmente a legislação. O vereador Antônio Aguiar e a promotora Samyra Ribeiro reforçam a ampla legislação vigente que torna a matrícula de alunos com condições especiais obrigatórias.

De acordo com a promotora Samyra Namen, as escolas municipais são as maiores rede de inclusão de autistas. Ela explica que de manhã as crianças vão para a aula e de tarde entram em uma sala de Atendimento Educacional Especializado. Lá as crianças recebem atenção de um educador especial para melhorar a comunicação através de jogos e dinâmicas.

Através de uma nota enviada do Colégio Stella Matutina para à reportagem, eles falaram que respeitam a legislação e que que são conhecidos por ser uma escola acolhedora às crianças com condições especiais. E atualmente estão atendendo mais de 20 famílias com necessidades especiais.

Eles lamentaram a falha de comunicação com a família, ao explivar que existe a possibilidade de abrir uma nova turma para a faixa etária desejada. E que naquele momento, as vagas já tinham sido preenchidas. O colégio entrou em contato com a família para realizar a matrícula de Murilo. A família da criança afirmou que o colégio sabe que cometeu um erro e agora está tentando contornar a situação.

Para os pais do menino, a escola estava tentando contornar a situação depois que o caso tomou grandes proporções, mas que depois da discriminação que o filho sofreu, qualquer acordo é impossível e eles aguardam que as providências sejam tomadas.

Fonte: Estado de Minas Gerais

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