Gari com deficiência visual é aprovado no Enem e vai cursar História na UFG
O gari Rogério Gomes da Silva, de 37 anos, é servidor da Companhia de Urbanização de Goiânia, a Comurg.
Além disso, ele foi aprovado para o curso de bacharel em História da Universidade Federal de Goiás (UFG). Visto que, ele perdeu 100% da visão há três anos, mas a limitação não o impediu de ir atrás do objetivo. A matrícula no curso já foi feita.
Ele descobriu o glaucoma – alteração do nervo óptico que leva a um dano irreversível das fibras nervosas e a perda da visão – aos 13 anos de idade.
O histórico de dedicação de Rogério já faz tempo. Ele foi aprovado no concurso público da Comurg em 2006, época em que ele tinha cerca de 10% da visão. Rogério trabalha no Viveiro Redenção, no setor Pedro Ludovico, e compõe a equipe que faz corte e coloca terra nas embalagens recicláveis usadas na produção de mudas.
Superação
Após duas aprovações em provas oficiais ele provou categoricamente que uma deficiência física é incapaz de deter quem quer ir atrás de seus sonhos
Para os colegas de trabalho, Rogério é comprometido e determinado. O presidente da Comurg, Aristóteles de Paula, afirma que o esforço dele comprova que quando há força de vontade, não há limitações. “Estamos felizes com a aprovação, pois isso demonstra não haver limites para quem tem um sonho”, diz.
Entretanto, o glaucoma do servidor foi corroendo pouco a pouco seus olhos. Há cerca de 3 anos, Rogério perder 100% da visão, e hoje não enxerga absolutamente nada. Entretanto, nem mesmo a cegueira total fez com que Rogério desistisse de seu sonho: ser professor.
O futuro historiador passou por dificuldades para concluir o ensino médio, em 2016, e contudo desde então se preparou para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com o apoio da família, aliou o trabalho com os estudos e conseguiu ser aprovado no vestibular. Todavia os estudos eram feitos em apostilas em braille e leituras feitas pela filha de 17 anos.
O que chama a atenção para tanta dedicação é: o gari de Goiânia Rogério é totalmente cego.
Para conseguir estudar, Rogério fazia a leitura de algumas apostilas em braille e pedia que sua filha de 17 anos lesse para ele o material em escrita comum.
Mas não tardou e veio a recompensa: Rogério foi aprovado para o curso de Bacharelado em História na UFG.
Por fim, a matrícula na Universidade foi feita e em breve ele inicia as aulas. Rogério ainda não sabe como será, mas a expectativa é grande. “Desde muito novo venho ultrapassando barreiras e isso foi fruto do meu esforço. Vendo as dificuldades do dia-a-dia, a única solução é estudar”, afirmou.
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