Irmãs criam bonecos inclusivos negros, com down, cegos, vitiligo e lábio leporino em sua loja
Irmãs criam bonecos inclusivos negros, com down, cegos, vitiligo e lábio leporino em sua loja
As irmãs Joyce Venancio, Maria Cristina Venancio e Lucia Venancio são empresárias e donas da Loja Preta Pretinha.A loja faz bonecos inclusivos, entre eles, negros, com síndrome de down, cegos, amputados, com vitiligo, elas conquistaram seu espaço e brigam para que outras crianças tenham a mesma inspiração que tiveram.
Joyce conta que os pais trabalhavam e a avó cuidava das crianças da família. “Ela aproveitou diversos momentos para conversar sobre o que nós representávamos para a família e sobre os obstáculos que iríamos enfrentar na vida por sermos negras. Frisava bastante que éramos lindas, inteligentes e nos incentivava a estudar e guardar dinheiro para frequentarmos os melhores restaurantes sem dar atenção à cara feia de ninguém”, fala Joyce.
Identidade
Entretanto, Joyce conta que em sua infância não haviam muitas bonecas negras e as que existiam tinha traços de brancas. Com isso, ela e as irmãs não tinham uma boneca que elas pudessem se identificar.
Até que, um dia Joyce chegou em casa chorando porque queria uma boneca parecida com ela. A avó, decidiu arriscar e produzir uma peça para ela, sem ter qualquer talento para tal. Comprou a cabeça de uma boneca branca de plástico, tingiu uma meia de seda de marrom, vestiu na peça, que ficou bem modelada parecendo a pele da boneca, pintou o rosto, customizou o corpo com tecido e enchimento. E pronto!
A ideia
Diante dessa boneca surgiu o sonho de criar bonecas igual a ela e as irmãs.
As meninas cresceram, cada uma seguiu sua carreira e em 2000 se uniram para abrir a Preta Pretinha, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo.
Contudo, a loja é conhecida por comercializar bonecos inclusivos. Lá é possível encontrar bonecos negros (com dread, trança raiz, black power etc.), com síndrome de down, cegos, amputados, vitiligo, fenda labial (também conhecido como lábio leporino), ruivo, oriental, castanho… “Produzimos bonecos de todos os estilos e tamanhos e percebemos que muitas pessoas idosas também amam as nossas peças. ”
Joyce conta que as bonecas da Preta Pretinha não são estereotipadas e são produzidas com tecidos de boa qualidade.
Todavia, segunda a empreendedora, a loja é frequentada por educadores, professores, juízes da Vara da Infância e da Família e mídia.
“Esse público acabou fortalecendo bastante nosso trabalho. Em algumas visitas eu cheguei a ouvir professores reclamando que as crianças exigiam que falassem sobre a africanidade nas escolas. Sempre que conseguia, interferia e falava sobre a importância de se falar sobre grandes nomes de negros que fizeram o Brasil, como escritor e historiador Teodoro Sampaio. Muitos não sabem que ele era negro. ”
O preço
A Preta Pretinha comercializa em média 1.200 bonecos por mês. Com preços que variam de R$ 10,00 o mini boneco de 8 cm e a R$ 198 o mais caro que é a boneca Mariah (tem 49 cm e é o carro-chefe da loja).
Por fim, a loja também produz bonecos personalizados que são feitos sob medida e com isso são mais caros.
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Fonte: R7