Mulher cega e sem movimentos tem benefício negado pelo INSS
Mulher cega e sem movimentos tem benefício negado pelo INSS
Gabriela Russo é uma mulher que sofre de uma doença neurológica desconhecida que a fez perder os movimentos de todo o corpo e ficar cega.
A gravidade de seu caso é tanta, que no momento, é impossível ela ver ou abraçar a própria filha. Mesmo nessas condições, Gabriela é considerada apta ao trabalho segundo decisão do Instituto Nacional de Seguro Social.
A família vive de doações visto que o marido dela, que teve que largar o trabalho para cuidar da esposa.
Mas essa negativa não é novidade, quase metade dos pedidos de auxílio-doença são recusados pelo INSS. É fato de que os médicos peritos devam zelar pelos cofres públicos e impedir que pessoas em condições de trabalhar recebam o benefício indevidamente. Mas nesse caso, seria impossível.
A doença
Os sintomas de Gabriela surgiram há mais de um ano, no período em que ela e o marido, Eduardo, estavam plenos de felicidade aguardando a chegada da pequena Flora.
Ela conta que após a novidade da binda do bebê a doença começou a se manifestar. No começo a família achava que eram “frescura de grávida”, mas com o passar do tempo ela começou a ter problemas para urinar, precisava fazer muita força para sair.
Gabriela perdeu o movimento das pernas em seguida e piorava a cada dia. Para agravar a situação, o bebê corria risco de morte, então antecipar o parto foi a única chance de preservar a vida de Flora.
No hospital, Gabriela pedia ao marido que queria conhecer o rostinho da filha. Flora nasceu aos seis meses e a mãe não pode ver o rosto da menina, pois já estava cega.
A menina foi direto para a UTI porque estava fraca demais, teve duas paradas cardíacas e paralisia cerebral. Como a vontade de viver não pode ser medida pelo tamanho de uma pessoa, Flora conseguiu e, dois meses depois, encontrou a mãe.
Mesmo após dois anos do nascimento da filha, Gabriela não teve melhoras.
Diante da situação, Eduardo teve que parar de trabalhar, com isso ele foi ao INSS requerer ao auxílio doença para Gabriela, mas o benefício foi negado.
A perícia
Eduardo conta que levou a esposa de ambulância ao INSS, ela estava inerte, não movia os membros superiores e inferiores e nem enxergava. O médico perito a examinou, o perito que a examinou não era habilitado para doenças neurológicas, mas Eduardo explicou tudo a ele detalhadamente, mostrou exames.
Segundo Eduardo o médico pegou nos braços dela, pegou nas pernas, fez testes de reflexo, passou a luz nos olhos para ver se ela era cega mesmo. No final da perícia, ele perguntou quando ela começaria a receber o benefício e ele disse que eu precisava aguardar chegar a carta em casa.
E quando chegou, dias depois, o pedido havia sido indeferido, ou seja, negado. Segundo o INSS, Gabriela está apta a trabalhar.
A família, claro, entrou com recurso e aguarda uma nova decisão do INSS e, enquanto espera, vive à base de doações.
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Fonte: R7