Inclusão SocialTranstorno do Espectro Autista (TEA)

Pai com sete filhos autistas cobra inclusão nas escolas

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Marco Antonio morador, de 50 anos, Goiabeiras, em Vitória, no Espírito Santo, tem sete filhos. Essa situação já seria bem difícil, entretanto, o cenário é ainda mais complicado. Todos seus filhos tem autismo.

Ele é costureiro e conta com a ajuda de sua esposa Lilian que é dona de casa para cuidar das crianças. E mesmo na simplicidade, fazem de tudo para dar o melhor para os sete filhos.

Autismo é uma condição que causa um transtorno de desenvolvimento que prejudica a capacidade de comunicação e interação.

Porém, para Marco Antonio o maior problema não é lidar com as limitações das crianças, mas sim encontrar escolas preparadas para recebê-los. Seus filhos tem entre 2 e 11 anos.

Sua rotina é bem puxada. Todos os dias ao levantar ele tem que dar atenção a todos os filhos de forma única e especial. Tanto na hora deles se trocarem como se alimentarem.

As crianças são três meninos e quatro meninas. Cada um com uma personalidade diferente do outro, com peculiaridades, que demandam muita atenção e cuidado. Lázaro, o filho mais velho, com 11 anos, por exemplo, gosta de abrir e fechar capas de vídeo cassetes que tenho em casa. Cada filho tem uma mania.

Educação

Marco Antonio relata que sua maior dificuldade é a inclusão das crianças, principalmente na escola. Ele reclama do despreparo psicossocial dos profissionais da educação. Os professores não estão preparados para trabalhar com crianças autistas. E segundo ele, o caso se agrava quando os jovens autistas completam 17 anos.

Marco Antonio apesar de todas as dificuldades, usa sua experiência para dar palestras sobre o autismo e ajudar outras famílias.Ele tem um projeto chamado “Falando de autismo”. O projeto destaca a a necessidade de entender as particularidades das crianças com autismo nas escolas.

“Nossa situação é complicada, falta informação sobre nossos direitos, estou reunindo a comunidade autista para um movimento dentre alguns meses para que a sociedade entenda que é necessário um olhar especial para essas pessoas. As escolas não estão preparadas, tem que ter um curso de especialização para os profissionais da educação”, relata o pai

Para ele, a solução seria uma escola modelo para cada região da Grande Vitória. Ao seu ver seria necessário uma sala separada para as crianças em condições especiais. Pois para ele o ambiente precisa ser estruturado para atender essas pessoas. Com um autista na sala de aula com outras crianças, fica difícil atendê-lo em uma crise, por exemplo, o que costuma acontecer. O professor deve estar preparado para isso, sem contar que atrapalha o desenvolvimento das outras crianças.

Adaptação

O pai reforça que não é o autista que deve se adaptar a escola, mas a escola ao autista.

Segundo ele é preciso conhecer a característica de cada criança. Ter o cuidado de conversar com os pais de cada uma para entender as peculiaridades dela, saber os horários dos remédios por exemplo.

“Todos os meus filhos estudam, com exceção da minha filha mais nova que tem apenas um ano e meio, e os responsáveis por eles nas escolas não conseguem lidar com as crises, em uma delas meu filho cuspiu em um estagiário, e a escola me chamou para reclamar, eu disse que eles não souberam lidar com meu filho”.

Saúde

Com relação à saúde, o moradore de Vitória destaca que tem buscado apoio no poder público, sobretudo, pelos níveis diferentes de autismo de cada filho.

“Se uma delas ficar doente eu não fico com medo de como será o atendimento pois, se aqui em casa é difícil, imagina pra quem não tem preparo. O cuidado com eles é único: Lucas, de oito anos é o caso mais severo, ele fica agressivo quando contrariado. Luiz Miguel tem sete e gosta de assistir desenhos, as gêmeas, de cinco anos, são muito diferentes,  Yasmin é um pouco mais agitada e Isadora gosta muito de brincar com plantas, e desde que nasceu faz movimentos pra frente e pra trás. Estefani, de quatro anos, fica tranquila ao assistir qualquer coisa no computador e adora mexer nas coisas, enquanto Isabela, de apenas um ano, é um amor: apenas um bebê, mas já dá pra ver que é bem esperta”, descreve.

Conheça mais da história da família, no vídeo abaixo.

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Fonte: http://eshoje.com.br/

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