DireitosSíndrome de Down

Rapaz com síndrome de Down consegue na justiça o direito de se casar

Siga-nos no GOOGLE NEWS

Com síndrome de Down, Rodrigo Fontana, aos 37 anos poderá realizar o sonho de se casar. Ele é noivo de Cássia Souza há quatro anos e já estão juntos há seis.

Essa grande conquista é decorrente do fim da interdição que o impedia de tomar suas próprias decisões. A partir dessa autorização judicial ele poderá tomar todas as decisões em sua vida sem que necessite de qualquer autorização. Como comprar o sonhado carro e viajar.

A interdição de Rodrigo aconteceu aos 19 anos por iniciativa de sua mãe. Após ela falecer Rodrigo, a  irmã ficou responsável por ele,  mesmo ele sendo capaz de responder por suas ações.

Rodrigo e Cassia tentavam se casar legalmente fazia dois anos, porém em razão dessa interdição eles não conseguiam.

A decisão 

Todavia, com a ajuda de uma advogada a sorte do casal mudou. A advogada obteve a decisão judicial que revoga a curatela do rapaz, fazendo com que agora ele possa fazer realmente o que desejar, sem a intervenção de ninguém.

Segundo Rodrigo a sua interdição pela mãe aconteceu quando ele era muito novo, naquela época as pessoas acreditavam que por ter síndrome de Down uma pessoa não poderia ser responsável pelos seus atos e decisões. Mesmo o rapaz mostrando que podia, ninguém o ouvia. Ele trabalha como auxiliar administrativo, é noivo de uma jovem que não tem a mesma condição que ele e tem sonhos como qualquer pessoa.

Essa decisão veio após muitas tentativas perante a justiça. Ela  é uma decisão muito importante para outros jovens com síndrome de Down.

Agora Rodrigo poderá tirar sua habilitação e comprar uma casa sem ter assinatura de ninguém. O casamento já foi marcado para 26 de outubro deste ano, em Santos, cidade onde vive o casal.

Quando o juiz falou para pegar o documento parecia que eu estava flutuando. “Pronto, conseguimos!”, pensei. Hoje sou uma pessoa livre, nada me impede de ter meu carro, de fazer Administração, de abrir a minha própria empresa. – celebra ele, antes de revelar o maior de todos os seus objetivos: – Quero poder ajudar as pessoas com Síndrome de Down e outras condições. Quero dizer para os pais que acreditem em seus filhos, que confiem, porque eles são capazes. Eu não tive isso, mas outras pessoas podem ter, e vai fazer toda a diferença na vida delas“, conta Rodrigo.

A advogada

A advogada que representou Rodrigo foi Cristiane Zamari, de 40 anos. Ela é mãe de um menino com síndrome de Down, conselheira do Movimento Down e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Santos, segundo ela Rodrigo  nunca deveria ter sido interditado.

A Lei de Inclusão ainda é invisível a muitas pessoas que deveriam conhecê-la, incluindo profissionais. Além disso, alguns não concordam com a conquista da capacidade civil de quem tem deficiência intelectual, mas a lei diz que hoje as pessoas com síndrome de Down não são mais consideradas incapazes. Assim, quando se tornam maiores de idade, são cidadãos com direitos e deveres como os demais“, explica.

É grave que ele tenha sido considerado incapaz apenas por ter Síndrome de Down, pois nem sequer foi ouvido, nem sequer teve suas habilidades avaliadas. Esse olhar automático precisa acabar. Aliás, é um direito garantido por lei” , conta Cristiane

O casamento de Cássia e Rodrigo vai marcar uma nova era, em que os sonhos de adotar uma criança e de engravidar poderão tornar-se  realidade.

Nossos parabéns para a Dra. Cristiane que batalhou perante a justiça para que essa decisão pudesse ser proferida. E desejamos ao casal muitas felicidades hoje e sempre.

Deixe-nos saber o que achou, porque sua opinião é muito importante para nós.

Fonte:https://extra.globo.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo